A Inconfidência Mineira – 21 de Abril – Tiradentes
Além das influências externas, fatores
regionais e econômicos contribuíram também para a articulação da
conspiração nas Minas Gerais. Com a constante queda na receita
provincial, devido ao declínio da atividade da cana de açúcar, a
administração de Martinho de Melo e Castro instituiu
O movimento se iniciaria na noite da
insurreição: os líderes da “inconfidência” sairiam às ruas de Vila Rica
dando vivas à República, com o que ganhariam a imediata adesão da
população. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução,
em 15 de março de 1789 foi delatada aos portugueses por Joaquim
Silvério dos Reis, coronel, Basílio de Brito Malheiro do Lago,
tenente-coronel, e Inácio Correia de Pamplona, luso-açoriano, em troca
do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda. Anos depois, por sua
delação e outros serviços prestados à Coroa, Silvério dos Reis receberia
o título de Fidalgo.
Entrementes, em 14 de março, o Visconde
de Barbacena já havia suspendido a derrama o que de esvaziara por
completo o movimento. Ao tomar conhecimento da conspiração, Barbacena
enviou Silvério dos Reis ao Rio para apresentar-se ao vice-rei, que
imediatamente (em 7 de maio) abriu uma investigação (devassa). Avisado, o
alferes Tiradentes, que estava em viagem licenciada ao Rio de Janeiro
escondeu-se na casa de um amigo, mas foi descoberto ao tentar fazer
contato com Silvério dos Reis e foi preso em 10 de maio. Dez dias depois
o Visconde de Barbacena iniciava as prisões dos inconfidentes em Minas.
Dentre os inconfidentes, destacaram-se os padres Carlos Correia de Toledo e Melo, José da Silva e Oliveira Rolim e Manuel
Rodrigues da Costa, o tenente-coronel
Francisco de Paula Freire de Andrade, comandante dos Dragões, os
coronéis Domingos de Abreu Vieira e Joaquim José dos Reis (um dos
delatores do movimento), os poetas Cláudio Manuel da Costa, Inácio José
de Alvarenga Peixoto e Tomás Antônio Gonzaga, ex-ouvidor.
Os principais planos dos inconfidentes
eram: estabelecer um governo republicano independente de Portugal, criar
manufaturas no país que surgiria, uma universidade em Vila Rica e fazer
de São João del-Rei a capital. Seu primeiro presidente seria, durante
três anos, Tomás Antônio Gonzaga, após o qual haveria eleições. Nessa
república não haveria exército – em vez disso, toda a população deveria
usar armas, e formar uma milícia quando necessária. Há que se ressaltar
que os inconfidentes visavam a autonomia somente da província das Minas
Gerais, e em seus planos não estava prevista a libertação dos escravos
africanos, apenas daqueles nascidos no Brasil.